A inovação tecnológica (produto ou processo) tem sido amplamente reconhecida, não apenas como um poderoso instrumento para o desenvolvimento econômico de longo prazo, mas também como uma das principais fontes de vantagem competitiva para empresas de todos os segmentos econômicos. Devido a essa importância, os economistas, principalmente a partir dos anos 60, têm desenvolvido um grande esforço no sentido de identificar os fatores que estimulam a inovação tecnológica em nível de empresas e indústrias. Nessa linha, um técnico da Embrapa Agroindústria Tropical desenvolveu uma pesquisa, com o intuito de identificar os padrões e os determinantes microeconômicos da inovaçõeso tecnológica na indústria brasileira de alimentos.
A pesquisa, parte do curso de doutoramento desse técnico na Universidade de Reading, na Inglaterra, abrangeu o envio de questionários para uma amostra de 1.000 empresas alimentares, estratificada por tamanho de empresa, localização geográfica e setor da indústria, das quais foram recebidas 242 respostas válidas. Envolveu, ainda, a realização de oito estudos de casos, selecionados a partir da amostra.
Em termos gerais, o processo de inovação tecnológica na indústria de alimentos no mundo é caracterizado por ampla interface com outros setores industriais. A indústria de alimentos estimula inovações em toda a cadeia agroalimentar, tais como nos produtores de matéria-prima (agricultura), em fornecedores de aditivos, no setor de embalagens, na distribuição atacadista e varejista, e em indústrias de bens de capital. Como uma indústria intermediária, ela não apenas identifica as mudanças nos perfis de consumo e a elas se adapta, mas também transmite tais mudanças para os seus fornecedores. Assim, a identificação do padrão industrial e dos determinantes da inovação tecnológica em empresas alimentares é útil para entender o processo inovador dentro da indústria de alimentos e em indústrias relacionadas a ela e similares.
Na identificação dos determinantes da inovação tecnológica na indústria brasileira de produtos alimentares, o primeiro passo da pesquisa consistiu em identificar o relacionamento entre variáveis organizacionais e estruturais e as respectivas proporções de inovações e de empresas inovadoras. Os testes estatásticos evidenciaram a associação, mais significativa em alguns casos, e menos em outros, de proporções de empresas inovadoras e de inovações com as variáveis integração vertical, tamanho de empresa (número de empregados e faturamento), orientação de empresas para o mercado (investimento em propaganda e exportações), investimento em tecnologia desenvolvida externamente, investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), pessoal empregado em P&D, existência de departamento formal de P&D e existência de alianças externas para desenvolver tecnologia.
No entanto, as associações descritas não significam, necessariamente, relações de causa e efeito. Para tanto, as variáveis foram reunidas em uma análise multivariada (análise de regressão múltipla), para estabelecer sua influência sobre a probabilidade e intensidade de inovações nas empresas. Os testes mostraram que investimento em tecnologia externamente desenvolvida, investimento em P&D e alianças externas para desenvolvimento tecnológico, juntamente com tamanho de empresa, constituem as variáveis mais significativas para determinar a probabilidade de as empresas alimentares virem a inovar. Quanto á intensidade do processo de inovação tecnológica nessas empresas, as variáveis mais significativas foram as alianças externas, o tamanho de empresa e a orientação da empresa para o mercado.
Portanto, considerando os resultados da pesquisa, de que certas variáveis organizacionais e estruturais impulsionam os níveis de inovações nas empresas, os responsáveis internos pela tomada de decisão devem contemplá-las na definição de estratégias, objetivando alavancar a eficiência inovadora dessas empresas.
A pesquisa, parte do curso de doutoramento desse técnico na Universidade de Reading, na Inglaterra, abrangeu o envio de questionários para uma amostra de 1.000 empresas alimentares, estratificada por tamanho de empresa, localização geográfica e setor da indústria, das quais foram recebidas 242 respostas válidas. Envolveu, ainda, a realização de oito estudos de casos, selecionados a partir da amostra.
Em termos gerais, o processo de inovação tecnológica na indústria de alimentos no mundo é caracterizado por ampla interface com outros setores industriais. A indústria de alimentos estimula inovações em toda a cadeia agroalimentar, tais como nos produtores de matéria-prima (agricultura), em fornecedores de aditivos, no setor de embalagens, na distribuição atacadista e varejista, e em indústrias de bens de capital. Como uma indústria intermediária, ela não apenas identifica as mudanças nos perfis de consumo e a elas se adapta, mas também transmite tais mudanças para os seus fornecedores. Assim, a identificação do padrão industrial e dos determinantes da inovação tecnológica em empresas alimentares é útil para entender o processo inovador dentro da indústria de alimentos e em indústrias relacionadas a ela e similares.
Na identificação dos determinantes da inovação tecnológica na indústria brasileira de produtos alimentares, o primeiro passo da pesquisa consistiu em identificar o relacionamento entre variáveis organizacionais e estruturais e as respectivas proporções de inovações e de empresas inovadoras. Os testes estatásticos evidenciaram a associação, mais significativa em alguns casos, e menos em outros, de proporções de empresas inovadoras e de inovações com as variáveis integração vertical, tamanho de empresa (número de empregados e faturamento), orientação de empresas para o mercado (investimento em propaganda e exportações), investimento em tecnologia desenvolvida externamente, investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), pessoal empregado em P&D, existência de departamento formal de P&D e existência de alianças externas para desenvolver tecnologia.
No entanto, as associações descritas não significam, necessariamente, relações de causa e efeito. Para tanto, as variáveis foram reunidas em uma análise multivariada (análise de regressão múltipla), para estabelecer sua influência sobre a probabilidade e intensidade de inovações nas empresas. Os testes mostraram que investimento em tecnologia externamente desenvolvida, investimento em P&D e alianças externas para desenvolvimento tecnológico, juntamente com tamanho de empresa, constituem as variáveis mais significativas para determinar a probabilidade de as empresas alimentares virem a inovar. Quanto á intensidade do processo de inovação tecnológica nessas empresas, as variáveis mais significativas foram as alianças externas, o tamanho de empresa e a orientação da empresa para o mercado.
Portanto, considerando os resultados da pesquisa, de que certas variáveis organizacionais e estruturais impulsionam os níveis de inovações nas empresas, os responsáveis internos pela tomada de decisão devem contemplá-las na definição de estratégias, objetivando alavancar a eficiência inovadora dessas empresas.
(*) José Ednilson de Oliveira Cabral – Pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical – E-mail: ednilson@cnpat.embrapa.br
Tema:
Alimentos, Segurança e Agroindústria
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